Aprendi com o tempo que o próprio tempo deixa marcas. Umas físicas, outras não.
Vi que o tempo é um agente revelador do caráter. É a peça que põe em xeque os sentimentos. O qualificador das amizades. A moldura dos afetos. O limite das escolhas imperfeitas.
Percebi que só o tempo existe.
O espaço, seu associado, é o palco onde ele faz sua apresentação. Pois tudo o que acontece tem que se desenrolar em algum lugar.
A manifestação do tempo se traduz em rugas e nostalgia. Em chegadas e partidas. Em brevidade e eternidade. Enfim, o tempo é onde os contrapostos se encontram…
E fora do círculo do tempo, na eternidade, está Deus, Senhor da história, criador e sustentador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Como diz o apóstolo Paulo:
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” – Romanos, 11.33-36
Aprendi com o tempo sobre os outros…
Aprendi com o tempo sobre Deus…
Aprendi com o tempo sobre mim…
Isso se mostrou uma tarefa fatigante!
Pois ver os outros como são de fato, é difícil. Porém, o tempo e a distância auxiliam. Compreender e amar a Deus e não a ideia que dele fazemos, é dificílimo. Contudo, a intimidade faz com que as escamas de nossos olhos comecem a cair. Mas ver a mim mesmo de uma forma não distorcida, é quase impossível. Entretanto, Deus me mostra como. E é através da minha interação com os outros dentro do tempo.
Como viveria com Deus na eternidade se no tempo que me é dado não consigo conviver com os humanos?
Enfim, tudo é o tempo. Assim, aprendi a não me importar com o que não é Cristo. Aprendi, a despeito de qualquer coisa, a seguir em frente.
Aprendi com o tempo a rir de mim…
Soli Deo Glória